terça-feira, 28 de abril de 2009

Reflexão


"Mas, se todos os desejos fossem prontamente satisfeitos, como é que os homens ocupariam as suas vidas, como é que passariam o tempo? Imaginemos esta raça transportada para uma Utopia, onde tudo cresce à vontade e onde os perus voam em bandos, já assados e prontos a comer, em que os amantes se encontram sem atrasos e se mantêm, sem qualquer dificuldade, fiéis um ao outro: num lugar desses alguns homens morriam de tédio ou enforcavam-se, ou envolviam-se em lutas e matavam-se uns aos outros e, portanto, acabariam por criar mais sofrimento que a própria Natureza lhes inflige."
(Arthr Schopenhauer)

Reflexão

(Confúcio)
"Os grandes espíritos, como os de Confúcio e Lao Tzu, nunca serão facilmente esquecidos por pessoas que estejam em condições de apreciar a qualidade das escolas de pensamento que representam; e muito menos podemos passar por cima do facto de o I Ching ter sido a sua principal fonte de inspiração... Estou agora na oitava década da vida e, sinceramente, as opiniões inconstantes dos homens já não conseguem interessar-me; os pensamentos dos antigos mestres são mais valiosos para mim do que os preconceitos filosóficos do pensamento ocidental."
(Lao Tzu ou Lao Tsé)


(Autor desta reflexão Carl Gustave Jung)

"Ri para a Vida"

sexta-feira, 24 de abril de 2009

"The Phantom of The Opera"









Poema



Chamo-te

Chamo-te porque tudo está ando no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.
Peço-te que sejas o presente
Peço-te que inundes tudo.
E que o -teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Mensagem



Amanhecer

"Quero nascer de novo cada dia que nasce.

Quero ser outra vez novo, puro, cristalino.

Quero lavar-me, cada manhã, do homem velho, da poeira velha, das palavras gastas,dos gestos rituais.

Quero reviver a primeira manhã da criação, o primeiro abrir dos olhos para a vida.

Quero que cada manhã, a alma desabroche do sono.

Como a rosa do botão, e surja, como a aurora do oceano, ao sorriso dos teus lábios, ao gesto de tua mão.

Quero me engrinaldar para a festa renovada com que cada dia, nos convidas e desdobrar as asas coo a águia em demanda do sol.

Quero crer, a cada nova aurora, que esta é a definitiva, a do encontro com a felicidade, a do permanência assegurada, a de teu sim definitivo.

(Chico Xavier)

Reflexão

Alguém Precida de Você!



Há sempre alguém
o mundo inteiro está cheio de pessoas...

Há pessoas caladas
que precisam de alguém para conversar.

Há pessoas tristes
que precisam de alguém que as conforte.

Há pessoas tímidas
que precisam de alguém que as ajude vencer a timidez.

Há pessoas sozinhas
que precisam de alguém para brincar.

Há pessoas com medo
que precisam de alguém para lhes dar a mão.

Há pessoas fortes
que precisam de alguém que as faça penssar na melhor maneira de usarem a sua força.

Há pessoas habilidosas
que precisam de alguém para ajudar a descobrir a melhor maneira de usarem a sua habilidade.

Há pessoas que julgam
que não sabem fazer nada e precisam de alguém que as ajude a descobrir o quanto sabem fazer.

Há pessoas apressadas
que precisam de alguém para lhes mostrar tudo o que não tem tempo para ver.

Há pessoas impulsivas
que precisam de alguém que as ajude a não magoar os outros.

Há pessoas que se sentem de fora
e precisam de alguém que lhes mostre o caminho de entrada.

Há pessoas que dizem
que não servem para nada e precisam de alguém que as ajude a descobrir como são importantes.

Precisam de alguém,
Talvez de ti...
(Autor Desconhecido)

A Vida



Peguei um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Peguei um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a à quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a à quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo.

(Mahatma Gandhi)

Poema



As Duas Flores

"São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo, no mesmo galho
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.



Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida
Na verde rama do amor!



(Castro Alves)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Receita


Receita para eliminar Manchinhas da Alma

Ingredientes
1 litro de ternura
1 litro de óleo concentrado de paciência
1 quilo de perdão em pó
1 litro de ess~encia de amizade
2 litros de bom humor
3 litros de extrato concentrado de solidariedade humana
1 litro de esperança
2 litros de tolerância
10 pitadas de sorrisos espontâneo
2 litros de essência de Amor Universal
1 folha de papel de carinho do seu tamanho

Modo de Fazer: Misture o amor, o perdão e os sorrisos espontâneos,
no caldeirão que se encontra no fundinho do seu coração.

Passe os outros ingredientes por uma peneira bem grossa e adicione-os aos do caldeirão.

Leve o caldeirão ao fogo alto da sua bondade, mexendo sempre, até alcançar o ponto de pasta cremosa.

Deixe a pasta esfriar, até ficar morninha.

Abra a folha de papel de carinho e besunte-a com a pasta.

Deite-se sobre a folha de papel de carinho e enrole-se nela.

Suspire bastante, profundamente.

Relaxe.

Pense em momentos alegres naqueles que fizeram com que você risse sonoramente.

Pense naqueles outros que fizeram com que você se derretesse de ternura.

Sinta o gosto de mel de abelhas simpáticas.

Sinta o perfume das flores que você acha bem bonitas.

Sinta a temperatura de uma noite de verão estrelada.

Ouça a música alegre do rouxinol encantado.

Mantenha o seu coração pleno de emoções boas.

Aguarde mais ou menos meia hora, até que a pasta cremosa e a folha de papel de carinho tenham sido completamnete absorvidas.

Resultado: Depois de mais ou menos você perceberá que todos que todas aquelas manchinhas que o (a) aborreciam em relação ao próximo, ao bem-conviver no Planeta terão desaparecido.

Caso uma ou outra persista, repita a receita e elas cederão.

Desaparecendo por completo.

SORRIA!!!
(Autor Desconhecido)

Minha música


She

May be the face I can't forget.
A trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay.
She may be the song that summer sings.
May be the chill that autumn brings.
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She
May be the beauty or the beast.
May be the famine or the feast.
May turn each day into a heaven or a hell.
She may be the mirror of my dreams.
A smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She who always seems so happy in a crowd.
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry.
She may be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past.
That I'll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough and ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is

She, she, she


Ela

Ela pode ser o rosto que não consigo esquecer
Um traço de prazer ou arrependimento
Pode ser o tesouro ou
O preço que tenho que pagar

Ela pode ser a canção que o verão canta
Pode ser o arrepio que o outono traz
Pode ser as centenas de coisas diferentes
Que acontecem em um dia

Ela pode ser a bela ou a fera
Pode ser a fome ou a ceia
Pode se transformar todo dia em
Céu ou inferno

Ela pode ser o espelho dos meus sonhos
Um sorriso refletido em uma correnteza
Ela pode não ser o que parece
Dentro de sua casca

Ela que sempre parece feliz na multidão
Cujos olhos podem ser tão reservados e tão orgulhosos
Ninguém pode vê-los
Quando eles choram

Ela pode ser o amor que não vai durar
Pode vir a mim de sombras do passado
Que eu lembro até o dia que morrer

Ela pode ser a razão pela qual eu sobrevivo
O porque de eu estar vivo
A pessoa com quem me preocuparei nos
Anos dificeis

Eu, levarei seu sorriso e suas lágrimas
E farei deles minhas lembranças
Por que onde ela for, eu tenho que estar
O sentido de minha vida é ela, ela, ela...

Fases da Lua

Fases da Lua para a Beleza (Cabelo e Pele)

LUA CRESCENTE

Beleza
* Ideal para os tratamentos de beleza
* Indicado para o corte de cabelo, onde se desje um crescimento rápido
* Bom para eliminar, a tintura ou permanente dos cabelos

LUA CHEIA

Beleza
* Não fazer depilação e nem pintar os cabelos
* Corte o cabelo se quiser que ele encha
* Esta Lua benefícia a hidratação e nutrição da pele

LUA MINGUANTE

Saúde
* Ideal para dietas de emagrecimento e de desintoxicação
* Esta é a melhor fase para cirurgia o problema mingua
* Também são favorecidos os tratamentos
* Benefícia tratamentos de rejuvenescimento, cirurgias plásticas, principalmente na Lua Balsâmica (último estágio da Lua Minguante)
* Se você quer dimimuir o volume do cabelo, corte-os aqui.
* Aconselhável para tingir o cabelo
* Bom período para depilação, o crescimento dos pêlos é retardado pela Lua Minguante
* Ótimo para limpeza de pele

LUA NOVA

Beleza
* Corte de cabelo: acelera o crescimento
* Iniciar tratamento de beleza
* Mudar o visual
(Autor Desconhecido)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Poema do Vidreiro



Eu ainda muito menino
Quando a trabalhar comecei
Ainda não tinha oito anos
Logo para a fábrica entrei

Fechar e levar acima
Era o trabalho normal
Os moldes eram pesados
Faziam um esforço brutal

Levar a cima as peças de vidro
Para as arcas de temperar
Eu até corria
Sempre, sempre sem parar

As noites pareciam pequenas
Mal davam para descansar
E cedo a minha Mãe me chamava
Para eu ir trabalhar

O trabalho na obragem
Nem sempre era normal
Muitas vezes sem razão
Até me tratavam mal

A trabalhar tão pequenito
Apanhava poeira e suava que era um dó
Por isso me chamavam
O Toinito caça pó

Tive sonhos em criança
Como qualquer menino tem
O dinheiro que ganhava
Entregava à minha Mãe

Quando à minha Mãe entregava
O que ganhava com esforços
Ela contente me dava
Dois tostões para os tremoços

Nesse tempo quem os vendia
Era a Ti Teresa e o Ti Jacinto
Com dois tostões em enchiam o bolso
E saudades ainda sinto

Na fábrica havia uma escola
Lá o meu ensino comecei
E foi lá que aprendi
Tudo o que ainda hoje sei

O professor era o senhor Gil
Os alunos eram os seus fãs
E o obreiro principal
Foi o engenheiro Calazans

A trabalhar de manhã
E estudar ao entardecer
Foi assim que aprendi
A ler e a escrever

Cheguei à quarta classe
E o meu exame tirei
E pela vida fora
Eu soube quanto ganhei

O tempo foi passando
Chegaram as promoções
Todos subiam de posto
Conforme as aptidões

Na Fábrica Nacional
Ao quarto ajudante cheguei
E com dezoito anos de idade
Aquela fábrica abandonei



Na idade em que mais se sonha
Uma fábrica nova fui entrar
Mas ela pouco durou
E logo veio a parar

Trabalhei no açúcar
Numa obragem original
Os ajudantes eram os filhos
O pai Joaquim Maria era o nosso oficial

Trabalhei em muitas fábricas
Rebentas, Alípio, Pataias e Vieira
E ao fim de tantas voltas
Fui parar ao Manuel Pereira

Na Manuel Pereira
Em princípio foi diferente
Eu só fazia um trabalho
Na falta de algum doente

Fui andando assim
Até que a situação se pôs normal
E passado algum tempo
Já era oficial

Para os garotos brincarem
Fiz berlindes e abafadores
Também fiz pisa-papéis
Com nomes de doutores

Fiz chaminés e candeeiros
Que era para iluminação
Fiz galhetas e jarras
Tudo para exportação

Na minha carreira longa
A encarregado cheguei
E os meus conhecimentos no vidro
A alguns colegas ensinei

Trabalhei mais de cinquenta anos
Nesta arte linda e nobre
E no fim de tanto tempo
Nem sou rico nem sou pobre

Mas como tudo na vida
Tem um fim, tem que acabar
Eu depois de tantos anos, reformado,
Vim pra casa descansar

A história do meu ofício
Tem princípio, meio e fim
É uma história muito querida
Que eu guardo para mim.

(António Vaz dos Santos)
27/06/2003



Cidade da Marinha Grande (Portugal), tradição na fabricação de vidros há 200 anos.

Anjos

Mensagens Angels - Recados para Orkut






Mensagens Angels - Recados para Orkut







Mensagens Angels - Recados para Orkut







Mensagens Angels - Recados para Orkut






Um Anjo para você

Para iluminar seu caminho,
para colocar ordem na sua vida,
para você ter sempre a certeza,
de que ele está ao seu lado,
em todos os momentos.


Em qualquer situação,
na sua tristeza e na sua alegria.

E mesmo que você se esqueça dele as vezes,
ele estará sempre do seu lado,
lhe ajudando, lhe dando conselhos,
lhe conduzindo na sua estrada,
as vezes triste, as vezes alegre.

Ele sempre vai dar o melhor de si,
para lhe ajudar, e em troca disso,
ele só quer que você saiba dele,
que acredite nele.

Não precisa saber o nome do seu anjo,
basta lembrar dele como uma luz,
a iluminar o seu caminho.

E você pode ter certeza de que ele é assim,
uma imensa luz, que não se apaga nunca,
que não fica fraca,
que jamais perde sua força e seu brilho.

Um lindo anjo para você...
Que você possa contar com ele,
Sempre....sempre...

(Autor Desconhecido)
Mensagens Angels - Recados para Orkut




quarta-feira, 15 de abril de 2009

The Tudors



Jonathan Rhys Meyers (Henry VIII) & Natalie Dormer (Anne Boleyn)
Série do Canal Showtime (USA)





Poema




Opiário

Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro


É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.

Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me.

Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.

É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.

Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.

Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.

Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.

Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.

Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.

E fui criança como toda a gente.
Nasci numa província portuguesa
E tenho conhecido gente inglesa
Que diz que eu sei inglês perfeitamente.

Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure,
Mas é impossível que esta vida dure.
Se nesta viagem nem houve procelas!

A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.

Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.

Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?

Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte.
Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte
Um lugar que me abrigue do meu frio.

Eu fingi que estudei engenharia.
Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avozinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.

Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smoking-room com o conde -
Um escroc francês, conde de fim de enterro.

Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.

Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.

Não tenho personalidade alguma.
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum.

Não posso estar em parte alguma.
A minha Pátria é onde não estou.
Sou doente e fraco.
O comissário de bordo é velhaco.
Viu-me co'a sueca... e o resto ele adivinha.

Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais.
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo.

Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,
E eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.

Escrevo estas linhas. Parece impossível
Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!
O fato é que esta vida é uma quinta
Onde se aborrece uma alma sensível.

Os ingleses são feitos pra existir.
Não há gente como esta pra estar feita
Com a Tranquilidade. A gente deita
Um vintém e sai um deles a sorrir.

Pertenço a um género de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.

Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela.

Caio no ópio por força. Lá querer
Que eu leve a limpo uma vida destas
Não se pode exigir. Almas honestas
Com horas pra dormir e pra comer,

Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!

Ora! Eu cansava-me o mesmo modo.
Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali
Para sonhos que dessem cabo de mim
E pregassem comigo nalgum lodo.

Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente.
O fato essencial é que estou doente.
Está corrida, amigos, esta lebre.

Veio a noite. Tocou já a primeira
Corneta, pra vestir para o jantar.
Vida social por cima! Isso! E marchar
Até que a gente saia pla coleira!

Porque isto acaba mal e há-de haver
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver.

E quem me olhar, há-de-me achar banal,
A mim e à minha vida... Ora! um rapaz...
O meu próprio monóculo me faz
Pertencer a um tipo universal.

Ah quanta alma viverá, que ande metida
Assim como eu na Linha, e como eu mística!
Quantos sob a casaca característica
Não terão como eu o horror à vida?

Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro!
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição.

Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!
Pudesse a gente desprezar os outros
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
Ser herói, doido, amaldiçoado ou belo!

Tenho vontade de levar as mãos
À boca e morder nelas fundo e a mal.
Era uma ocupação original
E distraía os outros, os tais sãos.

O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ...

Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,
Até virem meter-me no caixão.
Nasci pra mandarim de condição,
Mas falta-me o sossego, o chá e a esteira.

Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro!
A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.

E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!


(Março, 1914 - No Canal de Suez, a bordo)
Álvaro de Campos
(Heterónimo de Fernando Pessoa)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Páscoa



Contos de Páscoa

Sentado na beira da calçada, com um ovo de chocolate pequenino nas mãos, olhar sério, aquele menino se pôs a imaginar. Havia muitas coisas que ele não entendia, por mais que tentasse.

Durante a semana toda, na escola, na rua, em casa, em todos os lugares só se ouvia falar de Páscoa, coelhinho e ovos de chocolate. A professora até colocou Jesus no meio da história, mas só aumentou a sua confusão; ele não conseguia organizar o pensamento. Jesus não é aquele que nasceu no Natal!? Faz tão pouquinho tempo, e ele já morreu?!

Complicaaadooo!!! Separava somente as coisas que entendia, e sabia o que era...
Entendia que estava esperando ganhar um ovo bem grande, daqueles que tinha visto na televisão, embrulhado num papel brilhante e com um laço de fita vermelha, que não veio, e ele sabia por quê: o dinheiro não deu.

Ele sabia. Nem seu pai e nem sua mãe tinham prometido dar-lhe um ovo de páscoa; eele sabia, também, que o coelhinho não o trazia para ninguém. Então, como é que ele poderia sastifazer a sua vontade de comer chocolate? Como ia passar o domingo de páscoa semcomer ovo de páscoa? E a idéia veio assim, de repente!!! Por que não???

Foi até o primeiro semáforo daquela movimentada avenida e, quando o sinal ficava vermelho ele se lançava entre os carros e ia pedindo:
- "Moço, dá um ovo de páscoa pra mim?"
- "Senhor, poderia me dar um ovo de páscoa?"
- "Moça, dá um ovo de chocolate pra mim?"

Assim, ia pedindo e ouvindo as mais esfarrapadas respostas, quando alguém respondia.
Até que, enfim, parou um carro velho, todo manchado de ferrugem. Dentro, um homem com cara de bravo... Ele tomou coragem, foi atélá e arriscou o mesmo pedido:
- "Moço, eu quero um ovo de páscoa."

E qual não foi sua surpresa quando aquele homem pegou, no banco do passageiro, um embrulhinho e lho estendeu pelo vidro.
- "Brigado, moço!!!"
E saiu em disparada. De volta à sua calçada, ele olhou o ovinho e sorriu feliz. Afinal, agora ele comemoraria a Páscoa.
(Autor Desconhecido)





"Páscoa é Tempo de Ressurreição"

Tempo de meditar, de buscar,
de agradecer, de plantar a paz.

Tempo de oração!!!

Tempo de abrir os braços, de abrir as mãos
e de ser mais irmãos.

Tempo de recomeçar!

Tempo de concessão, de compromisso,
de salvação.

Tempo de perdão!

Tempo de libertar, de libertação,
de passagem, de passar...

Pra onde?

Para a luz, para o amor,para a vida que é eterna!

Tempo de Ressurreição.

(Autor Desconhecido)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Poema e Arte




"Young lovers seek perfection, old lovers learn the art of sewing shreds together, and of seeing beauty in the multiplicy of patches."





"Os jovens amantes buscam a perfeição, os velhos amantes aprendem a arte de unir os retalhos, e descobrem a beleza na variedade das peças."




*Poema oferecido a personagem Marienne e lido pela personagem Finn (Winona Rider), no filme How To Make An American Quilt (Onde Reside o Amor).