sexta-feira, 24 de abril de 2009

Poema



Chamo-te

Chamo-te porque tudo está ando no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que não quero ver.
Peço-te que sejas o presente
Peço-te que inundes tudo.
E que o -teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

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