terça-feira, 27 de abril de 2010

Funeral Blues




"Pare os relógios, cale o telefone
Evite o latido do cão com um osso
Emudeça o piano e que o tambor surdo anuncie
a vinda do caixão, seguido pelo cortejo
Que os aviões voem em círculos, gemendo
e que escrevam no céu o anúncio: ele morreu
Ponham laços pretos nos pescoços brancos das pombas de rua
e que guardas de trânsito usem finas luvas de breu

Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste
Meus dias úteis, meus finais-de-semana,
meu meio-dia, meia-noite, minha fala e meu canto
Eu pensava que o amor era eterno; estava errado

As estrelas não são mais neessárias;
apague-as uma por uma
Guarda a lua, dismonte o sol
Despeje o mar e livre-se da floresta
pois nada mais poderá ser bom como antes era"
(W. H. Audin)
Um dos momentos mais emocionantes do filme "Quatro Casamentos e Um Funeral" acontece quando se recita este poema de W H. Audin. Aliás, o livro "Another Time", deste autor irlandês, esgotou várias edições logo após o sucesso do filme.

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